Médicos demitem-se da Associação Médica Britânica (British Medical Association) por esta entidade apoiar os fármacos bloqueadores da puberdade.
O sindicato opõe-se à proibição dos bloqueadores da puberdade para crianças. Numa carta aberta, centenas de médicos acusam-na de ignorar a medicina evidence-based e de não representar os pontos de vista dos seus membros.
Por isso mesmo, centenas de médicos britânicos têm vindo a público para expressar a sua indignação perante a decisão da British Medical Association (BMA) de se opor à proibição de bloqueadores da puberdade para menores. Como reporta o LifeSiteNews, referenciando o Times e o Telegraph, muitos médicos chegaram mesmo a demitir-se da BMA.
Fonte:Transition News, 04 Set 2024
O contexto: No dia 1 de agosto, a BMA apelou ao governo para que levantasse a proibição dos bloqueadores da puberdade para menores e fizesse uma pausa na implementação da Cass Review of the National Health Service (NHS). A Cass Review trata-se de uma revisão exaustiva do NHS sobre os cuidados médicos prestados a crianças afetadas com a chamada “disforia de género”, que revelou preocupações significativas sobre a segurança dos bloqueadores da puberdade.
Os médicos apelaram agora à BMA para que desistisse da sua oposição, argumentando que a BMA está a “fazer lobby contra as melhores provas disponíveis” e a “violar os princípios da medicina evidence-based e da prática ética”.
Inicialmente, 1000 médicos seniores de todo o Reino Unido terão respondido publicando uma carta aberta ao presidente da BMA, Professor Philip Banfield. Atualmente, são 1400, 900 dos quais são membros da BMA. Entre outras coisas, acusam o conselho de 69 membros de ter decidido a sua política numa reunião “secreta e opaca”. A carta continua dizendo:
“Estamos a escrever como médicos para dizermos ‘Não Em Meu Nome’. Estamos profundamente desiludidos com o facto de o Conselho da BMA ter aprovado uma moção para “criticar” a Cass Review e estar a fazer pressão para que as recomendações sejam rejeitadas. (…) Esta atitude não reflete as posições de todos os membros, cujas opiniões não foram sequer solicitadas. Sabemos que não foi publicada qualquer informação sobre os números nem o sentido de voto dos membros do Conselho. Isto é uma falta de responsabilidade perante os membros e é simplesmente inaceitável”
Por exemplo, de acordo com o Telegraph, um médico declarou nas redes sociais:
“Demiti-me da BMA em parte devido a este tipo de comportamento da liderança, depois de ter sido membro durante 30 anos”.
Fontes:
The Times: BMA members resign in revolt over transgender children stance – 26 de Agosto de 2024
The Telegraph: Doctors resign from BMA over union’s opposition to Cass review – 26 de Agosto de 2024
LifeSiteNews: Hundreds of doctors resign from British Medical Association over its support for puberty blockers – 28 Agosto 2024